A Bíblia é diferente de todos os outros
livros pelo fato de conter as origens da criação, as alianças de Deus com os
homens, a história de Israel e da Igreja Apostólica, as profecias reveladoras do
futuro, bem como por revelar o insondável amor de Deus na pessoa de Jesus
Cristo como o Salvador do mundo.
Portanto, a Bíblia Sagrada poderia ser
definida como uma só frase – Ela é a Palavra de Deus.
Como Palavra de Deus, ela não contém
erro de qualquer espécie.
Um exemplo – Em 1865, críticos da Bíblia relacionaram
“50 erros científicos” encontrados nela. Vinte anos mais tarde, nenhum daqueles
supostos erros ficou confirmado.
Vale a pena ouvir o que algumas pessoas
célebres falaram acerca da Bíblia.
Cardeal Arcoverde disse: “Que regra mais
pura e santa, que caminho mais seguro para o homem público, para o político, do
que a verdade vinda do céu, pregada e ensinada pela boca de um Deus e
registrada no livro do evangelho?
Leia-se, pois, medite-se no livro santo do
evangelho!”
Ivan Espíndola de Ávila, meu colega da
Academia Evangélica de Letras do Brasil, disse: “Impressiona-nos, na
contemplação do mundo atual, a exatidão das Sagradas Escrituras.
Nestes nossos
tempos, com a precisão admirável, cumprem-se previsões do velho e bendito
livro. Páginas proféticas assumem o sabor de crônicas contemporâneas, em que
fatos e feitos, na história e através dos homens, proclamam a veracidade da
eterna palavra, que não falhou e nem falhará. Por isso é tempo de voltar à Palavra
de Deus.
E é isso que a humanidade está fazendo, depois de tantas fugas. Depois
de procurar tantos caminhos, onde a frustração lhes foi fatal, os homens
retornam ao caminho, ao único e verdadeiro caminho.
E, nesse caminho, em
sentido de libertação e esperança, brilha a palavra, que é luz e lâmpada de
Deus.”
Charles Spurgeon, famoso pregador
inglês, escreveu: “Depois de ter pregado o evangelho por quarenta anos, e de
ter impresso os sermões que preguei semanalmente durante trinta e seis anos,
tendo estes alcançado o número de 22 mil, creio que devo ter direito a dizer
algo sobre a riqueza e plenitude da Bíblia como o livro do pregador.
Irmãos,
ela é inesgotável. Não haverá perigo de ficarmos secos se nos apegarmos ao
texto deste volume sagrado. Não haverá dificuldade em arranjar assuntos
totalmente distintos dos já usados; a variedade é tão infinita como a sua
plenitude.
Uma longa vida mal dá para ladear as margens deste continente de
luz. Nos quarenta anos do meu ministério tenho podido apenas tocar a orla das
vestes da verdade divina, mas que virtude já fluiu dela!
A Palavra é como o seu
Autor – infinita, imensurável, eterna. Se fosses ordenado ao ministério por
toda a eternidade, terias na mão tema suficiente para as exigências eternas.”
Em que Sentido a Bíblia é a
Palavra de Deus?
A Bíblia é a Palavra de Deus por ter
sido inspirada por Ele. Ao longo de suas páginas afirma-se duas mil e oito
vezes que Deus é seu Autor.
No Novo Testamento, essa autoria divina é reclamada
225 vezes, cerca de 50 vezes pelo próprio Senhor Jesus.
Sendo a Palavra viva de Deus, é de se
esperar que encontremos nela um vínculo que unifique todos os seus livros,
apesar de estes terem sido escritos em épocas diferentes e em lugares
distintos. Esse vínculo é a apresentação, direta ou indireta, que cada livro
bíblico faz da pessoa de Jesus.
Que Tipo de Influência Exerce a Bíblia
em Nossa Sociedade?
Caro leitor, como Palavra de Deus, a
Bíblia exerce poderosa e benéfica influência onde quer que é difundida. “Porque
a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb
4.12,13).
Deus mesmo afirma – “Assim será a
palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia” (Is 55.11), e o
apóstolo Paulo fala do evangelho como o “poder de Deus” e da transformação
gerada por este mesmo evangelho na vida do que o aceita – “É nova criatura: as
coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17).
A Bíblia apresenta a sí mesmo como
alimento (Am 8.11), como fogo (Jr 23.29), como luz (Sl 119.105), como leite (1
Pe 2.2), como mel e como ouro (Sl 19.10), como espelho (Tg 1.23-25), como
martelo que esmiúça a penha (Jr 23.29), como espada (Ef. 6.17) e como semente
(1 Pe 1.23).
A Bíblia é um todo e não pode ser
alterada. Acrescentar-lhe ou tirar-lhe algo, seria danificar sua perfeição
absoluta (AP 22.18,19). O cânon da Escritura está fechado. Outras obras lançam
luz valiosa sobre ela, mas a Bíblia permanece incomparável, única e completa.
Outra razão que torna-a o mais precioso
livro do mundo é a sua atualidade. Embora escrita há milênios, sua mensagem é
hoje mais atual “do que o jornal que vai circular amanhã”, usando as palavras
do evangelista Billy Graham. As outras obras, mesmo as mais famosas, perdem a
atualidade porque se prendem unicamente à vida presente. A Bíblia, no entanto,
trata tanto desta como da outra vida, abrangendo o presente e o futuro.
Analisando a situação mundial à luz da
Bíblia, percebe-se que os ensinos desta, se adotados pelas nações, resolveriam
os seus principais problemas. Eis alguns problemas:
Provérbios 22.6 – ordena aos pais que
instruam os filhos no caminho reto;
Romanos 13.6,7 – ensina aos industriais
e comerciantes a pagarem devidamente as taxas impostas pela lei;
1 Timóteo 6.1 – ordena que os empregados
trabalhem honestamente;
Romanos 13.1-5 – ordena ao povo em geral
que ore pelos governantes e obedeça às autoridades;
1 Timóteo 2.1-3 – ensina que todos
devemos colaborar com o Governo, orando por ele, para que Deus lhe dê uma
administração sábia e segura. Tanto este texto como o de Romanos 13.1-5 partem
do princípio de que as autoridades, como ministros de Deus, devem ser justas,
que castigam os maus e louvam os bons;
Estas passagens da Bíblia, se postas em
prática, modificariam completamente a situação do mundo, eliminando a corrupção
e as injustiças sociais.
Qual o Significado da Palavra “Bíblia”?
A palavra bíblia, como plural de
biblion, que no grego significa “livro”, sugere a idéia de livros ou
biblioteca. Jerônimo usou a apropriada expressão “biblioteca divina” para as
Escrituras. A Bíblia, na realidade, compõem-se de uma coleção de 66 livros,
sendo 39 no Antigo e 27 no Novo Testamento.
Para redigir a sua Palavra, Deus
inspirou mais de 40 autores, dentre eles os estadistas Josué e Daniel, o
legislador Moisés, o poeta Davi, o sábio Salomão, os profetas Isaías e
Jeremias, o médico Lucas, o filósofo Paulo, o coletor de impostos Mateus, e os
pescadores Pedro, Tiago e João. Estes e muitos outros gastaram, ao todo,
dezesseis séculos na redação da Bíblia, começando por volta de 1500 a .C. e
terminando no final do primeiro século da nossa era.
A Bíblia divide-se em duas grandes
partes – Antigo e Novo Testamentos. O primeiro foi escrito originalmente na
língua hebraica, com algumas passagens em aramaico, e se completou cerca de 434
a .C.
O Novo Testamento foi escrito no grego popular, o koinê, contendo também
algumas frases em aramaico. Teve o seu surgimento entre os anos 53 e 96 d.C.
Portanto, entre o último livro do Antigo Testamento e o primeiro do Novo, há um
lastro de quase quinhentos anos, no qual se insere um período de tempo chamado
interbíblico, em que surgiram os principais livros apócrifos, ou seja, não
inspirados por Deus.
Acredita-se que foram os escribas Esdras
e Neemias que, por volta de 480 a.C., na grande reforma religiosa daquela
época, agruparam os livros do Antigo Testamento na forma como hoje se encontram
na Bíblia. Até aquela data, os livros sagrados dos judeus permaneciam separados
uns dos outros.
Esses livros agrupados receberam o nome
de Texto Massorético (a Massora, corpo de tradições), o único reconhecido pelos
judeus como verdadeiro e digno de toda confiança. Nesse texto, ou nas cópias
dele, baseiam-se as Bíblias modernas.
Não havendo imprensa de qualquer espécie
no período em que foram escritos, todos os livros bíblicos foram redigidos à
mão e divulgados por meio de cópias manuais.
Os copiadores, chamados escribas,
copistas ou massoretas, tinham tal respeito pelo texto sagrado e tão grande
cuidado em não alterá-lo que, antes de iniciarem a cópia de qualquer parte da
Bíblia, contavam o número de palavras e letras nelas contidas.
Dessa forma,
esses homens sabiam o número exato das palavras e letras de cada um dos trinta
e nove livros do Antigo Testamento. Sabiam também quantas vezes ocorria cada
letra.
Os copistas não admitiam rasuras de
espécie alguma. Se, depois de pronta uma cópia, fosse constatada nela algum erro,
mesmo o mais simples, tal cópia eram totalmente destruída.
Apesar das épocas remotas em que foram
copiados os livros bíblicos, a arte da escrita já havia alcançado significativo
progresso, principalmente quanto à qualidade da tinta – uma mistura de carvão
com um líquido desconhecido, capaz de conservar-se maravilhosamente durante
muitos séculos.
Quais Foram as Primeiras Traduções da
Bíblia?
Como conseqüência dos setenta anos de
cativeiro na Babilônia, e em virtude da forte influência do aramaico, a língua
hebraica se enfraqueceu. Todavia, os fiéis à tradição de preservar os oráculos
em sua própria língua, os judeus não permitiam, ainda, que fossem esses livros
sagrados vertidos para outro idioma.
Alguns séculos depois mais tarde, porém,
essa atitude exclusivista e ortodoxa teria de dar lugar a um senso mais prático
e liberal. Com o estabelecimento do império de Alexandre o Grande, a partir de
331 a.C., o grego popularizou-se a ponto de tornar imprescindível uma tradução
da Sagrada Escritura para essa língua.
Segundo o escritor Aresteas, a tradução
grega foi feita por setenta e dois sábios judeus (daí o seu nome Septuaginta),
na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C., a pedido de Demétrio Falário,
bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo. Terminada trinta e nova anos mais
tarde, essa versão assinalou o começo de uma grande obra que, além de preparar
o mundo para o advento de Cristo, deveria tornar conhecida de todos os povos a
Palavra de Deus. Na igreja primitiva, era essa versão conhecida de todos os crentes.
Nem todos os livros do Antigo
Testamento, infelizmente, foram bem traduzidos da “Septuagina”, razão pela qual
Orígenes, por volta de 228 d.C., compôs a Hexapla, ou versão de seis colunas,
contendo a versão grega dos Setenta e as três traduções gregas do Antigo
Testamento efetuadas por Áquila do Ponto, Teodoro de Éfeso e Simaco de Samaria.
Estas Três últimas foram realizadas, respectivamente, em 130, 160 e 218 d.C.
Além destas constavam nas duas últimas colunas o texto hebraico e o mesmo texto
em grego. Esta grandiosa obra, constituída de cinqüenta volumes, perdeu-se
provavelmente quando os sarracenos saquearam Cesaréia em 653 d.C.
Em 382 d.C., o bispo Dâmasco encarregou
Jerônimo de traduzir da Septuaginta para o latim o livro dos Salmos e o Novo
Testamento, o que ele fez em três anos e meio. Mais tarde, um novo bispo
assumia a direção da Igreja em Roma e percebia, com inveja, a grande cultura e
influência de Jerônimo.
Este, perseguido e humilhado, se dirige a Belém, na
Terra Santa, e ali estuda e trabalha durante trinta e quatro anos na tradução
de toda a Bíblia para a língua latina. Jerônimo escreveu ainda vinte e quatro
livros de comentários bíblicos, um conjunto de biografias de eremitas, duas
histórias da igreja primitiva e diversos tratados.
Mais tarde, a Bíblia de Jerônimo ficou
conhecida como Vulgata (vulgar), e foi a base de todas as traduções durante os
mil anos seguintes. No Concílio de Trento (1545-1547), a igreja católica
proclamou a Vulgata como a autêntica versão das Escrituras em latim, e
pronunciou um anátema “sobre qualquer pessoa que afirmasse que qualquer livro
que nela se achava não fosse totalmente inspirado em toda a parte”.
Discordando da posição do concílio
tridentino, muitos eruditos modernos acham a Vulgata uma tradução pobre, com
algumas falhas graves.
O que Vem a Ser os Códices e Manuscritos
Bíblicos?
A partir do quarto século depois de
Cristo, os livros cristãos passaram a ser escritos em códice, do latim códice,
palavra derivada de caudex, que era uma tabuinha coberta de cera, na qual se
escrevia com um estilete metálico denominado stylus.
O códice era a “forma característica do
manuscrito em pergaminho, e assim denominada por oposição à forma do rolo”
(Aurélio). Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos
exemplares, à esquerda, os códices ficavam em forma de livro, portanto bem mais
práticos de serem manuseados que os antigos rolos.
Os mais importantes códices são:
- O Sinaíticus: Produzido cerca de 325
d.C., contém todo o Antigo Testamento grego, além das epístolas de Barnabé e
parte do Pastor de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino
Tischendorf, em 1844, no mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do
Sinai. Tischendorf viu 129 páginas do manuscrito numa cesta de papel, para
serem lançadas no fogo. Percebendo o seu enorme valor, levou-as para a Europa.
Em 1859 voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada pelo seu
descobridor a Alexandre II, da Rússia, essa preciosidade foi posteriormente
comprada pela Inglaterra pela vultosa quantia de cem mil libras esterlinas.
Está no Museu Britânico desde 1933.
- O Alexandrino: De meados do quarto
século d.C., contém o Antigo Testamento grego e quase todo o Novo, com omissões
de 24 capítulos de Mateus, cerca de quatro de João e oito da Segunda Carta aos
Coríntios. Contém ainda a Primeira Epístola de Clemente de Roma e parte da
Segunda. Está no Museu Britânico.
- O Vaticano: Do quarto século d.C.,
contém o Antigo e o Novo Testamento com omissões. Está na Biblioteca do
Vaticano.
- O Efraemi: Produzido por volta de 450
d.C., acha-se na Biblioteca Nacional de París.
- O Baza: Encontrado por Teodoro Baza no
mosteiro de Santo Irineu, na França, em 1581, está vinculado ao quinto século
d.C., e encontra-se atualmente na Biblioteca de Cambridge, Inglaterra.
- O Washington: Produzido nos séculos
quarto e quinto d.C., acha-se no museu Freer, na capital dos EUA.
Há, ainda, vários outros códices de
menor importância, expostos em museus e bibliotecas de várias partes do mundo.
Somente de livros do Novo Testamento, completos ou em fragmentos, conhecem-se
hoje 156.
Em se tratando de manuscritos em rolos,
o mais antigo e o mais importante de todos foi encontrado casualmente em 1947
por um beduíno, numa bem dissimulada gruta, nas proximidades de Jericó, junto
ao Mar Morto. Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de
Jerusalém, revelou-se pertencer ao terceiro século antes de Cristo. Contém o
livro completo de Isaías e comentários de Habacuque, além de outras importantes
informações sobre a época em que foi escondido. É mais conhecido como – Os
Rolos do Mar Morto.
Quais e o Que são os Chamados Livros
Históricos da Bíblia?
Os hebreus denominavam de Primeiros
Profetas os livros Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, considerando-os,
porém, como quatro.
Eles contrastam esses livros com os Últimos Profetas, que
eram Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze Profetas Menores, também considerados
como quatro livros.
Os termos primeiros e últimos não se
referem necessariamente à sua cronologia histórica, mas ao primeiro e segundo
grupo de livros. Os primeiros fornecem o cenário histórico aos últimos.
A designação desses livros históricos
como “profetas” enfatiza o fato de que apresentam uma história religiosa ou com
um objetivo religioso. Os primeiros profetas são históricos; os últimos,
exortativos.
É interessante observar que Jesus, na
parábola dos lavradores maus, que vem a ser a história resumida de Israel,
menciona que o proprietário da vinha enviou seus servos em dois grupos, os
primeiros e os últimos. Afirma a Bíblia que “os principais sacerdotes e os
fariseus, ouvindo estas parábolas entenderam que era a respeito deles que Jesus
falava” (MT 21.45).
A denominação de históricos classifica
em geral os doze livros de Josué a Ester. Diferem dos livros de Moisés, os
quais também são históricos quanto à ênfase fundamental.
O Pentateuco traça a história redentora
desde a criação até a morte de Moisés, mas dá destaque à aliança e aos
alicerces legislativos de Israel. Os livros históricos, por outro lado,
dramatizam o movimento histórico da nação durante toda a sua história na
Palestina. Embora contenham temas religiosos e interlúdios exortativos (vários
ciclos de juízes e profetas), a investida maior é no desenvolvimento histórico
de Israel.
Sua autoria – Todos os doze livros
históricos são anônimos, em contraste com os últimos profetas, todos
identificados. Foram visivelmente escritos ou compilados por vários indivíduos
que possuíam o dom profético.
Quatro desses são geralmente considerados
como tendo como autores principais – Josué, Samuel, Jeremias e Esdras. Este
último com o auxílio editorial do sumo sacerdote Eleazar, além dos profetas
Natã e Gade.
É evidente que Jeremias foi auxiliado na
compilação de Reis pelo seu secretário, Baruque. Na maioria dos casos, foram
aproveitados nesses livros vários documentos e crônicas, usados sob a
orientação do Espírito Santo pelos autores ou compiladores.
Movimento Histórico – Estes livros
registram a história de Israel desde a ocupação da Palestina sob a liderança de
Josué, passando pelas apostasias que levaram o povo a ser expulso pelos
assírios e babilônios, até a restauração parcial pelos persas. O período cobre
cerca de 1000 anos, de 1405 até 425 a .C.
Estes livros dão a estrutura histórica
ao restante do Antigo Testamento até a época de Neemias e Malaquias. Vão de
Moisés, o legislador, até Esdras, mestre da lei.
As palavras finais de Moisés,
em Dt 20-30, constituem uma introdução excelente aos livros históricos. Ou,
digamos, os livros demonstram exatamente o que Moisés disse naqueles capítulos
sobre o que seria feito pelo Senhor no caso de serem ou não obedientes.
Estrutura da Bíblia: Origem e Forma
A bíblia possui uma estrutura singular.
Dividida em dois blocos distintos, Antigo e Novo Testamento, sua origem tem
como ponto de partida o fato de ter sido escrita por cerca de quarenta autores
diferentes envolvidos nas mais diversificadas tarefas da vida diária (política,
serviço militar, serviço publico, sacerdócio, saúde etc.) e cada um deles,
distintamente, agentes de seu proprio momento histórico. Entre estes autores
estão eles: Moises, um político; Josué, um general; Samuel, um sacerdote;
Neemias, um copeiro; Mateus, um coletor de impostos; Lucas, um medico; Paulo,
um rabino.
Em linhas gerais, a origem dessa
estrutura que a Bíblia evidencia, tem na unidade seu elemento diferenciador,
uma vez que diante da imensa diversidade de textos que eka engloba( diferentes
autores com estilos literários diversos e separados por décadas, séculos e milênios
de historia), percebe-se uma concordância plena, uma espécie de “fio de ouro”
que percorre suas paginas denunciando a autoria suprema de Deus.
Neste sentido,
a unidade, conjugada com a diversidade de textos divinamente coordenados,
constituem a origem da estrutura da Bíblia.
Afinal de contas não estamos diante
de um livro qualquer, mas perante uma obra forjada durante cerca de mil e
quinhentos nas e que embora expresse a irrefutável verdade divina, resguarda os
traços literários e a capacidade intelectual de seus autores humanos.
A estrutura da Bíblia, na forma como é
apresentada: uma seqüência de livros, dos mais diversificados gêneros( lei,
historia, profecia, poesia, etc.), e que tratam unicamente da salvação dos
homens mediante a pessoa de Jesus ( esse é o tema central das Sagradas
Escrituras), não constitui mera adequação cronológica como todos imaginam.
Isto
é, a ordem em que a Bíblia se encontra, iniciando com o livro de Gênesis e
terminando com o Apocalipse, não seguiu meramente a ordem lógica dos fatos
narrados, o inicio (Gênesis) e o fim de todas as coisas (apocalipse).
Isto é
uma concepção simplória da verdade pó trás da disposição dos livros sagrados na
forma como se apresentam.
O oposto deste entendimento mais
simples, é o fato de que por trás da organização dos livros na seqüência em que
se encontram se acha um fundamento essencialmente teológico , e não uma mera
disposição cronológica, ou seja, a crença em um Messias e no cumprimento das
profecias relacionadas a Ele.
É em virtude disto que a Bíblia, tal como
utilizada pelos cristãos, diverge de forma estrutural da Bíblia utilizada pelos
Judeus não que haja um choque de entendimentos a respeito da realidade do
Messias prometido e de sua missão de salvamento (Gn.3.15), afinal de contas, tanto
os judeus como os cristãos acreditam nisso, mais em relação a identidade desse
Messias: para os judeus o Messias ainda não veio; para os cristãos Jesus é o
Messias prometido.
É a partir desse entendimento, ou seja,
desse ponto de vista teológico, que os livros que compõem a Bíblia Hebraica
seguem uma seqüência diferente daquela apresentada pela Bíblia Cristã. Portanto
quando o assunto é a estrutura das Sagradas Escrituras, é pertinente iniciarmos
para efeito de comparação, com informações pertinentes a organização dos livros
que compõem a Bíblia Hebraica e, em seguida a composição estrutural da Bíblia
Cristã.
A Bíblia Hebraica também conhecida como
Tanack, apresenta os mesmos livros que compõem nosso Antigo Testamento. A
difenrença entre ambas é a ordem em que esses livros aparecem.
A hebraica, que
segue a divisão citada por Jesus em Lucas(24.44)”[...]convinha que se cumpri-se
tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moises, e nos profetas e nos
Salmos”, dispõe os livros proféticos(Isaias, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Amós,
etc.), que falam do Messias, no meio da Biblia Hebraica (entre a Lei e os
Escritos), dizendo com isso que o Messias ainda não veio, que as profecias a
Seu respeito ainda não se realizaram.
Esta é a razão da ausência dos livros do
Novo Testamento n a Bíblia Hebraica, afinal de contas Jesus nunca foi aceito
como o Messias para os Judeus (Jô.1.11) e ate a noticia de sua ressureição
(Mt.28.10; Mc.16.1-8; Lc.24.1-12; Jô.20.1-10) foi deturpada pelos lideres
religiosos judeus (Mt.28.11-15).
A ordem dos Livros obedece ao seguinte
padrão:
A Bíblia Cristã
A Bíblia Cristã tal como a conhecemos, é
diferente da Hebraica. A diferença esta na disposição dos livros que compõem o
Antigo Testamento ( os mesmos livros contidos na Bíblia Hebraica) e no acréscimo
do Novo Testamento. A Bíblia Cristã desloca os livros proféticos do meio para o
fim do Antigo Testamento, não é por acaso que, imediatamente a esses livros
proféticos temos, os Evangelhos que abrem o Novo Testamento, e ainda que a vida
de Cristo constitui o cumprimento das profecias citadas nas paginas do Antigo
Testamento. Vejamos a ordem obedecida por ela:
Conforme tivemos a oportunidade de ver
acima, a Bíblia Hebraica, quando comparada a Bíblia Cristã, difere-se em dois
pontos fundamentais: A ordem dos livros e a ausência do Novo Testamento.
Portanto, a disposição dos livros da Bíblia tal como a conhecemos, não é obra
de mera causalidade, mas resultado de um principio teológico bem definido, ou
seja, a crença de que Jesus Cristo é o Messias prometido e que, assim sendo, a
disposição dos textos sagrados deve ser ordenada a partir dessa premissa.
Afinal de contas, Cristo é o personagem central das profecias e n`Ele, e para
Ele, convergem todas as coisas
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